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  • Foto do escritorRonaldo Gorga

Como a Glicemia é Impactada pela Mastigação em Diabéticos?

Espera-se que até 2050, mais de 1,31 bilhão de pessoas ao redor do mundo terão diabetes. Embora os fatores de estilo de vida desempenhem um papel significativo, a mastigação também é um aspecto crucial frequentemente negligenciado.



A maneira e o tempo que levamos para mastigar os alimentos podem afetar o metabolismo da glicose e a produção de insulina, influenciando assim o risco de diabetes. Portanto, é importante mastigar bem os alimentos. Se houver dificuldades em mastigar adequadamente, seja por falta de dentes ou outras razões, abordar e resolver esses problemas pode melhorar a saúde geral. Dessa forma, garantir uma boa mastigação é essencial para manter a saúde metabólica e reduzir o risco de diabetes.


Importância da Mastigação para o Controle do Diabetes Tipo 2

Um estudo recente revelou que problemas de mastigação estão associados a níveis elevados de glicose no sangue em pacientes com diabetes tipo 2. Realizado pela Universidade de Buffalo e pelo Hospital de Educação e Pesquisa Hamidiye Sisli Etfal, a pesquisa envolveu 94 pacientes e encontrou uma conexão significativa entre a eficiência mastigatória e o controle da glicemia.


Pacientes com dificuldade de mastigar, devido a problemas na oclusão dentária, apresentaram níveis de glicose 27% mais altos do que aqueles que mastigavam normalmente. A hemoglobina glicada A1c, que reflete os níveis de açúcar no sangue dos últimos dois a três meses, foi de 7,48 nos pacientes com boa mastigação e de 9,42 naqueles com mastigação prejudicada.


O pesquisador Mehmet A. Eskan destacou a forte ligação entre a função mastigatória e o controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2. A restauração da capacidade de mastigar, através de implantes dentários, mostrou-se eficaz na redução dos níveis de glicose. Um estudo de 2020 indicou que pacientes que receberam implantes dentários fixos viram seus níveis de glicose caírem de 9,1 para 6,2.


Esses achados ressaltam a importância da saúde bucal no gerenciamento do diabetes tipo 2, sugerindo que intervenções odontológicas podem ter um impacto positivo significativo no controle dos níveis de açúcar no sangue.


A Relação entre Dificuldade de Mastigação e Risco de Diabetes


Mastigar bem é essencial para uma boa digestão e absorção de nutrientes. O processo digestivo começa na boca, e mastigar devagar facilita a quebra dos alimentos. Isso permite que a saliva, que contém a enzima lipase lingual, comece a quebrar as gorduras antes que o alimento chegue ao estômago.


Quando mastigamos bem, as enzimas digestivas têm mais tempo para atuar, tornando a digestão menos onerosa para o estômago e os intestinos. Isso resulta em uma melhor absorção dos nutrientes pelo intestino. Por exemplo, um estudo demonstrou que quando os participantes mastigavam amêndoas apenas 10 vezes, em comparação com 25 ou 40 vezes por mordida, seus corpos não conseguiam absorver todos os nutrientes, que eram eliminados. Aqueles que mastigavam mais absorviam os nutrientes mais eficazmente.


No estudo apresentado, 40% a 50% dos participantes com dificuldade de mastigação preferiam alimentos líquidos ou em purê. Essa preferência pode levar a uma ingestão reduzida de nutrientes e fibras, essenciais para a saúde. Consumir menos fibras está associado a um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2.


Portanto, manter uma boa função mastigatória não apenas melhora a digestão, mas também pode ser uma estratégia eficaz na prevenção do diabetes tipo 2, devido à melhor absorção de nutrientes e à ingestão adequada de fibras.


Impacto da Mastigação na Saúde e Metabolismo


A mastigação não é apenas um processo mecânico para quebrar alimentos; ela desempenha um papel crucial na saúde geral e no metabolismo. Estudos mostram que a capacidade de mastigar corretamente está intimamente ligada à ingestão adequada de proteínas, à saúde muscular e até mesmo à regulação do metabolismo da glicose.


A função mastigatória adequada é essencial para garantir uma ingestão suficiente de proteínas, evitando assim a sarcopenia, a perda muscular relacionada à idade. Pacientes com comprometimento da mastigação muitas vezes apresentam redução na espessura do músculo masseter, o que pode contribuir para a sarcopenia. Manter uma boa massa muscular não apenas é crucial para a sobrevivência em doenças graves, mas também desempenha um papel vital na regulação do metabolismo e na prevenção de condições como o diabetes tipo 2.


A mastigação também influencia a liberação de hormônios importantes, como o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon), que regula a insulina e o apetite. Aumentar a duração da mastigação pode aumentar a produção de GLP-1, melhorando assim a resposta do organismo à glicose após as refeições. Estudos indicam que mastigar mais vezes por mordida pode não apenas regular melhor a insulina, mas também reduzir o risco de doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais.


Além disso, a saúde bucal, incluindo uma oclusão dentária adequada, desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde sistêmica. Problemas de mastigação, como a mordida aberta, podem interferir na secreção adequada de insulina e na regulação dos níveis de glicose, aumentando o risco de complicações metabólicas.


A Importância de Alimentar-se Devagar para a Saúde Metabólica


A maneira como nos alimentamos não se resume apenas ao que escolhemos comer, mas também a como consumimos nossas refeições. Alimentar-se rapidamente pode ter sérios impactos na saúde metabólica, aumentando o risco de desenvolver condições como síndrome metabólica e diabetes tipo 2.


Estudos conduzidos por especialistas, como o cardiologista Takayuki Yamaji da Universidade de Hiroshima, destacam que a velocidade com que consumimos os alimentos pode ser um fator crucial para a saúde cardiometabólica. Em uma pesquisa envolvendo mais de mil participantes ao longo de cinco anos, foi observado que aqueles que se alimentavam mais rapidamente apresentavam taxas significativamente mais altas de síndrome metabólica em comparação com aqueles que comiam mais lentamente.


A síndrome metabólica, caracterizada por uma combinação de fatores como obesidade abdominal, hipertensão, níveis elevados de triglicerídeos, baixos níveis de colesterol HDL e resistência à insulina, é um precursor importante para o desenvolvimento de diabetes tipo 2. Consumir alimentos rapidamente não apenas contribui para o aumento da obesidade, mas também pode desregular os níveis de glicose no sangue, exacerbando o risco de complicações metabólicas.


Além disso, a capacidade de mastigação adequada desempenha um papel crucial na prevenção dessas condições. Manter uma boa função mastigatória, seja através da conservação dos dentes naturais ou do uso de próteses dentárias adequadas, pode ajudar a evitar o desenvolvimento de diabetes ao longo do tempo.


Sua Saúde Bucal pode Reduzir o Risco de Diabetes


Manter uma boa saúde bucal ao longo da vida não só promove um sorriso bonito, mas também pode desempenhar um papel crucial na prevenção de condições sérias como o diabetes. Estudos revelam que uma grande porcentagem de adultos, especialmente após os 30 anos, apresenta sinais de doença gengival, muitas vezes sem sintomas visíveis até estágios avançados.


A gengivite, caracterizada por gengivas que sangram durante a escovação e apresentam vermelhidão ou inchaço, é o estágio inicial da doença gengival. Se não tratada, pode progredir para periodontite, causando perda dentária e aumentando a inflamação no corpo, o que por sua vez eleva o risco de diabetes e outras condições crônicas.


Adotar hábitos simples de higiene bucal, como escovar os dentes regularmente, usar fio dental e fazer limpeza da língua, aliados a consultas periódicas com um dentista para limpezas profissionais, são fundamentais para manter dentes e gengivas saudáveis. Uma dieta equilibrada, rica em alimentos frescos e integrais, também contribui significativamente para a saúde bucal.


A prática da extração de óleo com óleo de coco é outra estratégia eficaz. Este método antigo ajuda a reduzir a placa bacteriana e a inflamação das gengivas devido às propriedades antibacterianas e antivirais do óleo de coco. Estudos indicam que a extração de óleo de coco pode não apenas beneficiar a saúde bucal, mas também auxiliar na prevenção da progressão da gengivite em pessoas com diabetes.


Incorporar a extração de óleo de coco à sua rotina diária de cuidados bucais, combinada com uma dieta saudável e visitas regulares ao dentista, não só preserva seus dentes e gengivas, mas também fortalece sua saúde geral, reduzindo o risco de complicações metabólicas a longo prazo. Investir na saúde bucal é essencial para um corpo saudável e protegido contra doenças crônicas.



Referências









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